sábado, 19 de setembro de 2009

Contra a liberdade de expressão e compartilhamento

Em uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), a nova geração, acostumada a liberdade e a sempre ouvir sobre lutas contra proibições, começou a viver o dilema de enfrentar restrições, logo com algo que nasceu para ser aberto: a internet.
"De acordo com a decisão, a empresa Cadari Tecnologia da Informação e outros, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do K-Lite Nitro, estão proibidos de disponibilizar o software P2P, enquanto nele não forem instalados filtros que evitem que as gravações protegidas por Direito Autoral de titularidade das companhias representadas pela APDIF do Brasil sigam sendo violadas de forma maciça e constante pelos usuários do referido software”. Se não bastassem proibir o compartilhamento, definido simplesmente pelas grandes empresas fonográficas do país (EMI, Som Livre, Sony Music, Universal Music e Warner Music) como pirataria, os desenvolvedores é que receberam a punição pelo uso do software.
Segundo Cadari, o sofwtare K-Lite Nitro foi baseado no programa de código aberto KCEasy e não tem o objetivo de infringir direitos autorais, apesar da “potencialidade” de download ilegal. “É como uma faca, que tem a potencialidade de matar. Um carro também tem a potencialidade de matar, em acidentes de trânsito. Por que não são proibidos também?”, questiona.
“Estão colocando a culpa da queda nas vendas da indústria fonográfica em uma empresa de fundo de quintal de Curitiba”, disse Cadari, cuja empresa tem quatro funcionários. “A guerra não é só contra mim; é contra todos os internautas brasileiros, contra a liberdade de expressão”.
Agora é justo culpar o desenvolvedor pela falta de criatividade e tradicionalismo absurdo das gravadoras, em que não conseguem usar tantos outros meios possíveis para obterem os lucros?
É interessante como eles tentam defender tanto os direitos autorais, sendo que muitos dos próprios artistas são a favor do compartilhamento e da música livre, esse é o caso de bandas como O Teatro Mágico que colocam em seu site toda a discografia para serem baixadas gratuítamente.
O vocalista da banda Detonautas também é a favor da música livre, “Como músico acredito que a música é livre para as pessoas ouvirem da forma que quiserem. Agora, do lado de quem trabalha na indústria, tem que haver um meio termo para que as pessoas que trabalham e vivem da música possam ser recompensadas pelo seu trabalho. Afinal, a música surge de muito trabalho, que envolve muita gente. Mas qualquer visão radical me soa um pouco descabida. Acredito que essa questão devia ser levada ao público. As gravadoras têm que entender que a tecnologia chegou, a internet está aí, e não tem mais volta. Como músico, não sou contra as pessoas baixarem minhas músicas de graça. Eu mesmo já disponibilizei minha música de graça, mas tive que me entender depois com a minha gravadora".
Quando é que perceberão que só chegamos onde chegamos, porque informações foram passadas e compartilhadas entre gerações? Novamente a "justiça" agindo para os interesses comerciais, não para o que realmente precisam, ahhhh ..... e o Sarney continua só na pizza, pra variar.

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